Coisas a se considerar quando se monta uma rede:

Geografia:

A forma que as antenas e roteadoras vão se conectar é extremamente importante para o funcionamento da rede. Para que as conexões sejam bem feitas é necessário que os direcionamentos entre os aparelhos seja o mais limpo e direto possível, sem obstáculo no meio, como árvores, móveis, paredes e etc. Chamamos de Visada a linha imaginária que conecta os aparelhos.

Além dessa linha, é importante perceber que outras interferências estão no caminho da Visada, o chão por onde passam as conexões também é algo que pode influenciar a qualidade da transferência de dados que estão passando pela rede. Isso porque os relevos podem criar ruídos no espectro e esses ruídos podem interferir na conexão.

Comunidade:

Quando se monta uma rede é essencial entender as necessidades da comunidade onde ela será implementada. Muita gente pensa que a rede serve somente para conectar na internet e é necessário conversar com a comunidade sobre os outros possíveis usos de uma rede autonôma. É importante reconhecer a história e pertencimento das tecnologias comunitárias e trabalhar conjuntamente com as pessoas interessadas no projeto de construir uma rede autônoma feminista.

Investimento:

Alguns pontos que devem ser levados em conta ao fazer um levantamento dos custos para se montar uma rede:

  • 1. Geografia/Área/Região
  • 2. Quantidade de pessoas a atender
  • 3. Tipos de serviços que serão disponibilizados para a comunidade

Digamos que você tenha uma comunidade de 30 a 40 pessoas em um local (espaço físico) sem obstáculos para interferir na Visada (mencionada no tópico Geografia), mas já outro espaço que tenha estes obstáculos, e a depender de que obstáculos sejam esses (como um morro), você tenha que montar além das roteadoras, antenas ou cabos mais extensos. O número de pessoas a se conectar pode influenciar na capacidade da roteadora que você vai precisar adquirir.

Os serviços a serem disponibilizados podem demandar um tipo de Servidora mais potente ou se a comunidade precisa de uma rede de internet comunitária (que falaremos com mais detalhes a seguir), também vai influenciar nos custos para se montar uma rede.

Manutenção:

A rede autônoma é construída e administrada colaborativamente pelos membros de uma comunidade. É preciso que todas as pessoas envolvidas cuidem também para mantê-la em funcionamento. Este cuidado vai desde a parte técnica à gestão. Pode-se propor a criação de núcleos de atenção itinerantes, no qual membros se dividem para cuidar durante um tempo determinado de uma área, depois outra e outra. A ideia é que com isso todas as pessoas que tenham interesse em participar da gestão tenham tido contato com todas áreas, assim descentralizando o conhecimento em um só grupo.